segunda-feira, 26 de abril de 2010

CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Imelde Bezerra Toledo

Tem seu ponto de partida na Grécia (pré-história do pensamento social). Exemplos dessa embrionagem são os historiadores, poetas, filósofos, juristas e oradores que procuravam meios de dar ao homem possibilidades de conhecer os mecanismos da vida social, mas num estado ainda amorfo (sem forma) de ciência;

Desenvolve-se também entre os árabes e romanos;
Desagregação do feudalismo e surgimento do capitalismo;
Desponta na eclosão do Renascimento: substitui a visão sacra pela racional – homem torna-se agente social e histórico;
Nova postura do homem ocidental diante da natureza e do conhecimento;
Novos valores, diferentes daqueles vigentes na Idade Média, pois adequavam-se ao “espírito do capitalismo”;Instalava-se uma sociedade baseada na distinção pela posse de riqueza e não pela origem, nome e propriedade fundiária;
Enquanto na Idade Média a Igreja Católica considerava pecaminosa a atividade lucrativa, no capitalismo, o lucro tornou-se a principal atividade;
Liberto da tutela da Igreja católica, o homem se sente livre para pensar e criticar a realidade que vê e vivencia. Passam a questionar e dissecar a realidade social;
Emerge uma nova classe social: a burguesia comercial;

Na esteira desses acontecimentos temos um conjunto de intelectuais que começam a tematizar esta situação e preparar o arcabouço para a interpretação desta nova realidade emergente:
Thomas Morus escreve a “Utopia”;
Maquiavel faz de O Príncipe um manual de ação política, cujo ideal é a conquista e a manutenção do poder. É considerado o fundador da Ciência Política.

Atividade
O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.

Maquiavel
"Todos os Estados bem governados e todos os príncipes inteligentes tiveram cuidado de não reduzir a nobreza ao desespero, nem o povo ao descontentamento.“ [ Maquiavel ]
"Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos." [ Maquiavel ]

O pensamento social no Renascimento se expressa na criação imaginária de mundos ideais através da literatura, pintura, filosofia, que mostrariam como a realidade deveria ser, sugerindo entretanto, que tal sociedade seria construída pelos homens com sua ação e não pela crença ou fé;
Desenvolvem-se a ciência e a tecnologia, exigindo da sociedade tomar medidas urgentes ao desenvolvimento científico: melhorar as condições de vida; ampliar a expectativa de sobrevivência humana a fim de engrossar as fileiras de consumidores e, principalmente, de mão-de-obra disponível; mudar os hábitos sociais e formar uma mentalidade receptiva às inovações técnicas;

Reforma: crise na unidade do pensamento religioso;
Todas essas mudanças de valores, avanços tecnológicos, melhores condições de vida, levou a um surto de idéias conhecido pelo nome de Ilustração ou Iluminismo.
O pensamento da Ilustração pode ser dividido em dois grupos: os filósofos e os economistas.
Os filósofos destacavam-se pela crítica social e política. Defesa da liberdade. Eliminar as instituições porque são irracionais e injustas, sendo um atentado à liberdade do homem;

Os economistas procuravam descobrir leis que regulassem a economia. Procuravam uma explicação racional para todas as coisas. Abriram caminho para a Revolução Francesa, pois puseram à mostra erros e vícios do Antigo Regime.
Revolução Francesa: a burguesia liberal vai se opor à aristocracia. (Liberal nessa época era quem apoiava a democracia. É o burguês esclarecido);


Vários aspectos da filosofia da Ilustração prepararam o surgimento das ciências sociais no século XIX. O primeiro deles foi a sistematização do pensamento científico. Os efeitos de novos inventos, como o pára-raios e as vacinas, o desenvolvimento da mecânica, da química e da farmácia, eram amplamente verificáveis e pareciam coroar de êxitos as atividades científicas;
Revolução Industrial: a descoberta de novas fontes de energia e os avanços científicos e tecnológicos vão trazer transformações radicais nos planos político, econômico e social, gerando conflitos, onde a intelectualidade vai se debruçar no estudo do funcionamento dessa sociedade, conhecendo suas leis, organização, procurando reestabelecer a “ordem e a paz” através da ciência.

A prática de elaboração dos projetos científicos para o desenvolvimento da indústria passa a ser aplicada à sociedade, pois sem um planejamento racional dos meios de transporte terrestres e marítimos, da distribuição e armazenamento dos produtos, da melhoria da infra-estrutura, todo o esforço produtivo estaria perdido.
A ciência se fundava, portanto, como um conjunto de idéias que diziam respeito à natureza dos fatos e aos métodos para compreendê-los. Por isso, as primeiras questões que os sociólogos do século XIX tentarão responder serão relativas à definição dos fatos sociais e ao método de investigação.

Dessacralização da Igreja e Sacralização da Ciência.
Toda essa nova mentalidade, reforçando a crença na materialidade da vida e no poder da ciência, orientou a formação da primeira escola científica do pensamento sociológico: o POSITIVISMO

Referências
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982.

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